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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Circuito Pirilampo fez a alegria das crianças carentes da região da Pampulha!

Nesta última semana, o Circuito Pirilampo, produzido pela AMAS e Jornada solidária, promoveu atrações culturais nas creches e UMEIS da região da Pampulha.  O evento começou no sábado, na escola estadual Dom Orione e durante a semana, as UMEIS Alaíde Lisboa e Itatiaia, e às creches, Sementes do Amanhã e Obras Sociais foram às escolhidas para sediar os eventos infantis.

Mais de 900 crianças, de 0 a 7 anos, puderem ver vários de tipos de espetáculos infantis na creches e UMEIS da região da Pampulha. Além das instituições que sediaram os eventos, outras crianças também foram privilegiadas, já que, alguns ônibus da prefeitura de Belo Horizonte ficaram à disposição para o deslocamento. Além das atrações culturais, os professores também tiveram chance de desenvolver técnicas de educação infantil com work shop promovido pelo evento.

Um dos grupos participantes do Circuito Pirilampo foi o Matraca, teatro de bonecos. Idealizado pelos atores Cauê e Juliana Palhares, o espetáculo conta a história do menino Francisco, criança alegre e brincalhona que se transforma, metaforicamente, no Rio São Francisco. O teatro é bastante interativo e abusa, no bom sentido, da imaginação fértil das crianças. 

Ele começa com uma performance bem divertida dos atores montando o próprio cenário de maneira “atrapalhada”. Duas escadas são colocadas em paralelo e uma tábua com um plástico azul atravessa os degraus formando o rio, cenário principal da peça. O interessante do espetáculo é como os objetos e as mímicas criam personagens que interagem com o menino Francisco. O sol é uma luva de fuxico amarelo, o sapo é um desentupidor de pia com olhos e uma cobra é feita com toalha. O momento ápice é quando luvas-verdes, nas mãos de Juliana, e um pequeno arco de cabelo vira uma aranha que solta bolhas de sabão.  A maneira como atriz usa a voz e movimenta a aranha levou às crianças ao delírio!  A trilha sonora também é bem bonita criando momentos diferentes.

O grupo de teatro da Amas apresentou o espetáculo “A Menina bonita do Laço de fita”. O espetáculo, idealizado pelo diretor Luciano Oliveira, valoriza a miscigenação e a cultura afro-brasileira através da história de um coelho branco que deseja ficar negro como a menina bonita de laços de fita. O cenário é formado por um painel negro com animais silvestres (girafa, leão e elefantes) colados e, ao lado, uma janela com um tecido representa a casa da garota. A peça começa com os personagens dançando ao ritmo africano. A letra cita vários locais da África e do Brasil, no intuito de mostrar a proximidade entre os povos.  Quando a música para, entra o coelho branco que se encanta com a menina de negra com laços de fita. Ele pergunta qual o segredo da cor da pele dela e a menina inventa histórias fantasiosas sobre a origem da cor da sua pele.  

Incentivado pelas peripécias da menina, o coelho inocente participa de várias aventuras para tentar ficar com a pele escura e bonita. O interessante da peça são os vários elementos presentes. Dança, instrumentos rítmicos e bonecos de mão se interagem com os próprios personagens que trabalham bem com as vozes e canções.  Uma das partes mais animadas do espetáculo é a presença de três porquinhos bagunceiros que se lambuzam com “tinta negra”. O coelho troca um pássaro pela tinta dos porcos achando que poderia ficar negro tomando um banho de pretume.

A banda Ziriguibum também participou do Circuito Pirilampo ao apresentar as músicas do cd “Primeiras Canções” e fez bastante sucesso com a criançada. Ao usar diversos elementos infantis como parlendas e jogos de palavras, as músicas prendem à atenção do público infantil também pela sonoridade. A grande qualidade da banda é respeitar a inteligência das crianças. Para isso, os arranjos feitos valorizam as canções como qualquer música adulta de qualidade. Castelo de Areia, Casa Amarela e Carlota Minhoca foram às que o público mais gostou nas creches.

 Outro detalhe interessante é o figurino alegre da banda. Macacões coloridos dão um impacto visual muito bem aceito pela criançada. Elementos percussivos e elementos cênicos como a minhoca “Carlota” valorizam a apresentação. A perfomance dos músicos também é outra detalhe importante. A interatividade entre eles a constante troca de instrumentos mostram versatilidade e aproximam as crianças que ficam encantadas.

Por último, e não menos importante, a professora Helena Mauro apresentou o workshop sobre perspectivas da educação musical para crianças. No trabalho, ela mostrou aos professores participantes a necessidade estarem atentos à condução das atividades musicais nas salas de aula.  Instrumentos de “bandinha” foram utilizados e ela mostrou a importância da interpretação cênica dentro das atividades musicais. Para a professora, é preciso criar planos diferentes para tornar realidade o ambiente proposto às crianças. Elementos musicais como timbres, altura, intensidade e até o silêncio foram trabalhados. No final, ela fez um bate papo para entender a realidade de cada professor ali presente para sugerir possibilidades e apresentar reflexões sobre o papel do professor e a arte na infância. 

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