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terça-feira, 21 de junho de 2011

Adoniran Barbosa! O samba do povo!




"Eles pensam que eu não sei falar nós vamos... são uns coitados! Eu também falo nós vamos, se eu quiser. Mas eu falo nóis vai como fala o povo"     
                                                                           Adoniran Barbosa

Por: Guilherme Lanna
foto: Sitio: http://www.1001br.blogspot.com

Quem vai ao show do Sambalanço escuta vários clássicos do Samba Rock. Algumas “músicas como “Trem das Onze” e Samba do Ernesto”, por exemplo, são sempre pedidas em coro pelo público. Mas você  conhece a história de Adoniran Barbosa, compositor destes grandes clássicos? Vou apresentá-la a vocês.

Compositor, cantor, humorista e ator João Rubinato ou Adoniran Barbosa (1910 a 1982), como ficou conhecido, é considerado o pai do samba “paulista”. Filho de imigrantes italianos, nascido em Valinhos (SP), o artista entrou no samba por acaso, após tentativas de torna-se um ator conhecido. Pobre, abandonou cedo os estudos. Além de não gostar dos livros precisava ajudar a família, por isso, vendia marmitas e logo ficou conhecido por roubar bolinhos nas ruas de Jundaí (SP).

Queria ser ator e tentou de todas as formas realizar seu sonho, mas sempre foi rejeitado nos palcos. O caminho da música para o compositor foi acidental e aconteceu pelas mudanças culturais promovidas pela popularização do rádio no Brasil. Todos passaram a sonhar com a fama e o sucesso tornou-se objeto de desejo para quem cantava, atuava ou fazia locução. Quem não conseguia por um lado tentava pelo outro.

Criativo, Adoniran Barbosa buscava popularizar seu nome e arrecadar dinheiro através da composição, mas ficava à sombra dos intérpretes que aproveitam suas letras. Com o tempo, entregou-se totalmente a música e procurou seu espaço como cantor também. Ganhou projeção ao tratar do samba de maneira menos sublime que os cariocas e usava o cotidiano paulista para temas de suas canções. O pobre e trabalhador tomou conta das temáticas do compositor. Engraxates, favelados, o homem solitário, boêmio e a mulher abandonada eram alguns personagens usados nas músicas de Adoniran Barbosa. Apesar disso, tratava as situações com bastante humor e com um linguajar bastante peculiar.

Com a conhecida canção “Trem das Onze”, o compositor alcança o sucesso esperado, mas dura pouco. A projeção não rende ao artista mais do que alguns trocados de direitos autorais conquistados pela projeção da música na gravação dos paulistanos dos “Demônios da Garoa” que popularizaram a canção.

Casado duas vezes, tem Matilde, segunda esposa, como grande companheira e incentivadora de seus sambas. Boêmio, Adoniran dividia suas atenções para os trabalhos nas rádios, noites paulistas e a própria mulher. No final de vida já com enfisema compunha pouco, mas não deixou de ser artista ao criar um mundo mágico de ourivesaria popular. Rodas gigantes, carrosséis e trens de ferro foram alguns objetos da sua higiene “débil mental” como o próprio artista, com humor, retrava suas obras.

Aos 72 anos de idade, Adoniram Barbosa morre e deixa um legado de 20 álbuns entre coletâneas, inéditos e homenagens. Além disso, diversas canções até hoje estão enraizadas na música popular brasileira sendo obrigatórias para qualquer casa de show de samba. Sem dúvida nenhuma é um dos artistas mais importantes da música no Brasil

Veja uma das canções interpretadas pela banda Sambalanço! Segura a criança simpático!

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